CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA FORMAÇÃO DO PERFIL CONCEITUAL DO TERMO MULHER CIENTISTA NO BRASIL

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.200-221

Palabras clave:

mulher cientista, perfil conceitual, ensino de ciências, revisão sistemática de literatura.

Resumen

Este trabalho trata de compreender as diferentes concepções sobre a mulher cientista no Brasil, a partir da condução de uma revisão sistemática de literatura, utilizando artigos científicos publicados em periódicos acadêmicos nos últimos 10 anos, no Brasil. Para tal fim, utilizou-se do protocolo de Kitchenham (2007) a partir das strings de busca Mulher Cientista OR Mulheres nas Ciências do Brasil. O levantamento apontou um grande número de trabalhos, dos quais selecionou-se 25 artigos de acordo com os critérios estabelecidos utilizando-se das bases de dados Google Acadêmico, SciELO e Portal de Periódicos CAPES. Os resultados apontaram para ausência de registros que se relacionam diretamente com o perfil conceitual de mulher cientista no Brasil, manifestando uma evidente lacuna de pesquisa no campo do Ensino de Ciências. No entanto, alerta para a necessidade de pesquisas que contemplem lacunas históricas sobre a representação das Mulheres no Ensino de Ciências no Brasil Os trabalhos selecionados dialogam com as seguintes temáticas: questões de gênero, políticas de equidade, protagonismo feminino, diversidade, Ensino, carreira científica, relações étnico-raciais, produção científica, representação, invisibilidade. Evidenciou-se que a produção de artigos com esta temática é realizada majoritariamente por autores do sudeste brasileiro e que há a necessidade de empreender esforços para ampliar as discussões sobre a temática, haja vista que reverberam sobre outras questões sociais relevantes.

Biografía del autor/a

Suelem Maquiné Rodrigues, Universidade Federal do Ceará

Doutoranda em Ensino pela Universidade Federal do Ceará, Professora efetiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Doutoranda RENOEN(UFC), Mestre em Ensino Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Possui especialização em Libras (Língua Brasileira de Sinais) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2015) e graduação em Letras pela Universidade Federal do Ceará, graduação em Letras Libras pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Membro do grupo de pesquisa Literatura em Estudos Transdisciplinares e Residuais, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Finalista do projeto de pesquisa Um valioso e indispensável caminho para a literatura: adaptações literárias na literatura surda (PIBID 2016/2017). Membro e coordenadora do Projeto de Extensão PRALER: L2 para surdos, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências (GEPENCI) da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência nas temáticas de estudos literários, educação inclusiva e educação de surdos, se dedicando atualmente à temática das mulheres na ciência articulada com a teoria dos perfis conceituais.

Leonardo Figueiredo Soares, Universidade Federal do Ceará

Doutorando em Ensino pela Rede Nordeste de Ensino (RENOEN), na Universidade Federal do Ceará. Possui graduação em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal do Ceará - campus Maracanaú (2013). Especialista em Gestão Escolar e Coordenação pedagógica pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2017). Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Ceará (2019). É professor da rede pública estadual do Ceará desde 2012, tendo atuado como docente e em cargos de gestão e acompanhamento educacional como coordenador escolar, diretor escolar e superintendente. Enquanto pesquisador, possui experiência nas áreas de ensino de Química e ensino de Ciências com foco nas relações CTS/CTSA, tecnologias educacionais, educação ambiental, e na área de gestão escolar. Atualmente investiga a formação de professores de ciências (Biologia, Física e Química) desde o evento pandêmico e sua relação com as tecnologias digitais e metodologias de ensino.

Raquel Crosara Maia Leite, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1990), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (1998) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004). Atualmente é docente associado IV da Universidade Federal do Ceará, lotada no Departamento de Teoria e Prática do Ensino , FACED. É uma das lideres do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Ciências (GEPENCI). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira (PPGE), do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática (ENCIMA) e da Rede Nordeste de Ensino (RENOEN). Tem experiência na área de Educação e Ensino de Ciências, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, ensino de biologia, ensino de ciências, metodologias para o ensino de ciências.

Citas

ALVES, José Eustáquio Diniz.; CAVENAGHI, Suzana Marta. Indicadores de desigualdade de gênero no Brasil. Mediações-Revista de Ciências Sociais, v. 18, n. 1, p. 83-105, 2013.

AYRES, Constância; CUENTRO, Ana Cecília; NASCIMENTO, Marilia. Mulheres na ciência: relato do caso do projeto ‘Meu verão na Fiocruz’. Saúde em Debate, v. 45, p. 200–211, 2021.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo, Martins Fontes, 1992.

BOLZANI, Vanderlan da Silva. Mulheres na ciência: por que ainda somos tão poucas?. Ciência e cultura, v. 69, p. 56-59, 2017.

BONAN, Claudia; ARARIPE, Cristina; GONDIM, Roberta; KROF, Simone. A relevância acadêmica, social e política da produção de conhecimentos sobre mulheres nas ciências e na saúde. Saúde em Debate v. 45, p. 5–12, 2021.

BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 02 abr. 2024.

BRITO, Carolina; PAVANI, Daniela; LIMA JR, Paulo. Meninas na Ciência: atraindo jovens mulheres para carreiras de Ciência e Tecnologia. Revista Gênero, n. 16, n. 1, p. 33-50, 2015.

CARPES, Pâmela Billig Mello; STANISCUASKI, Fernanda; OLIVEIRA, Leticia; SOLETTI, Rossana C. Parentalidade e carreira científica: o impacto não é o mesmo para todos. Epidemiologia e serviços de saúde, n. 31, n. 2, p.1-7, 2022.

CAVALI, Mariana Bolake; MEGLHIORATTI, Fernanda Aparecida. A participação da mulher na ciência: um estudo da visão de estudantes por meio do teste DAST. ACTIO: Docência em Ciências, v. 3, n. 3, p. 86-107, 2018.

COELHO, Leandro Jorge; CAMPOS, Luciana Maria Lunardi. Diversidade sexual e ensino de ciências: buscando sentidos. Ciência & Educação, v. 21, n. 4, p. 893–910, 2015.

CUNHA, Marcia Borin da; PERES, Olga Maria Ritter; GIORDAN, Marcelo; BERTOLDO, Raquel Roberta; MARQUES, Glessyan de Quadros; DUNCKE, Angela Camila. As mulheres na ciência: o interesse das estudantes brasileiras pela carreira científica. Educacion Química, v. 25, n. 4, p. 407-417, 2014.

EL JAMAL, Natasha Obeid; GUERRA, Andreia. O caso Marie Curie pela lente da história cultural da ciência: discutindo relações entre mulheres, ciência e patriarcado na educação em ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 24, p. e35963, 2022.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Petrópolis-RJ, Vozes, 1972.

GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v. 12, p. 98-109, 2012.

GROSSI, Márcia Gorett Ribeiro; BORJA, Shirley Doweslei Bernardes.; LOPES, Aline Moraes; ANDALECIO, Aleixina Maria Lopes. As mulheres praticando ciência no Brasil. Revista Estudos Feministas, v. 24, n. 1, p. 11-30, 2016.

HEERDT, Bettina; BATISTA, Irinéa de Lourdes. Questões de Gênero e da natureza da Ciência na formação docente. Investigações em Ensino de Ciências, v. 21, n. 2, p. 30–51, 2016.

KITCHENHAM, Barbara; CHARTERS, Stuart. Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software Engineering. Technical Report EBSE 2007-001, Keele University and Durham University Joint Report, 2007.

LIMA, Betina Stefanello; COSTA, Maria Conceição da. Gênero, ciências e tecnologias: caminhos percorridos e novos desafios. Cadernos Pagu, v. 48, p. e164805, 2016.

LIMA, Betina Stefanello; LOPES, Maria Margaret; COSTA, Maria Conceição da. Programa Mulher e Ciência: breve análise sobre a política de equidade de gênero nas ciências, no Brasil. Anais do XI Congresso Iberoamericano Ciência, Tecnología y Género. San José, Costa Rica, 2016.

MARTINS, Letícia Barbieri; SANTOS, Rosemar Ayres dos. Questões de gênero e a violência doméstica contra a mulher em periódicos da área de ensino de Ciências. Revista de Ciências Humanas, v. 24, n. 3, p. 87-112, 2023.

MAGALHÃES, Joanalira Corpes; CASEIRA, Fabiani Figueiredo. Enunciações de jovens cientistas: analisando a premiação "para mulheres na ciência". Ensino em Re-Vista, v. 23, n. 2, p. 387–410, 2016.

MASSARANI, Luisa; CASTELFRANCHI, Yurij; PEDREIRA, Anna Elisa. Cientistas na TV: como homens e mulheres da ciência são representados no Jornal Nacional e no Fantástico. Cadernos Pagu, v. 56, p. e195615, 2019.

MEIS, Leopoldo; ARRUDA, Ana Paula; GUIMARÃES, Jorge. The impact of science in Brazil. IUBMB life, v. 59, n. 4, p. 227-234, 2007.

MINELLA, Luzinete Simões. Temáticas prioritárias no campo de gênero e ciências no Brasil: raça/etnia, uma lacuna? Cadernos Pagu, v.40, p. 95–140, 2013.

MORTIMER, Eduardo Fleury. Construtivismo, mudança conceitual e o ensino de ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências, v. 1, n. 1, p. 20-39, 1996.

MORTIMER, Eduardo F.; SCOTT, Phil; EL-HANI, Charbel N. Bases teóricas e epistemológicas da abordagem dos perfis conceituais. Tecné, Episteme y Didaxis: TED, v. 30, p. 111-125, 2011.

OLIVEIRA, Leandro; SANTOS, Monique; BICALHO, Helen; JUSTI, Rosária. Mulheres nas Ciências como temática para uma Feira de Ciência: investigando perspectivas de estudantes do Ensino Médio relacionadas a algumas pós-verdades. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 37, n. 3, 2020.

PAULA, Luciane de. Círculo de Bakhtin: uma análise dialógica de discurso. Revista de Estudos da Linguagem, v. 21, p. 239-257, 2013.

PEREIRA, Zilene Moreira.; MONTEIRO, Simone Souza. Gênero e sexualidade no ensino de ciências no Brasil: análise da produção científica recente. Revista Contexto & Educação, v. 30, n. 95, p. 117–146, 2015.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo, Contexto, 2007.

PICHETH, Sara Fernandes; CHAGAS, Priscilla Borgonhoni. Interfaces entre territorialidade e identidade: analisando as vivências das mães do Grupo Maternati. Cadernos EBAPE. BR, v. 16, p. 788-801, 2018.

PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Educação em Ciências na Escola Democrática e as Relações Étnico-Raciais. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 19, p. 329–344, 2019.

RICOLDI, Arlene; ARTES, Amélia. Mulheres no ensino superior brasileiro: espaço garantido e novos desafios. ex æquo, v. 33, p. 149-161, 2016.

RODRIGUES, Jeorgina Gentil.; GUIMARÃES, Maria Cristina Soares. A Fundação Oswaldo Cruz e a ciência no feminino: a participação feminina na prática e na gestão da pesquisa em uma instituição de ensino e pesquisa. Cadernos Pagu, n. 46, p. 197–222, 2016.

SEPULVEDA, Claudia; MORTIMER, Eduardo Fleury; EL-HANI, Charbel N. Construção de um perfil conceitual de adaptação: implicações metodológicas para o programa de pesquisa sobre perfis conceituais e o ensino de evolução. Investigações em Ensino de Ciências, v. 18, n. 2, p. 439–479, 2016.

SILVA, Fabiane Ferreira da; RIBEIRO, Paula Regina Costa. Trajetórias de mulheres na ciência:" ser cientista" e" ser mulher". Ciência & Educação, v. 20, n. 2, p. 449-466, 2014.

SILVERIO, Florença Freitas.; VERRANGIA, Douglas. O cientista é um homem branco ocidental. Abatirá-Revista de Ciências Humanas e Linguagens, v. 2, n. 3, p. 332-360, 2021.

SOUZA, Maria Izabel Siciliano de; ABDALA-MENDES, Marta Ferreira. A formação científica e profissional das mulheres no Brasil: A contribuição de Bertha Lutz. História da Ciência e Ensino, v. 18, p. 22-46, 2018.

TUESTA, Esteban Fernandez.; DIGIAMPIETRI, Luciano Antonio; DELGADO, Karina Valdivia; MARTINS, Nathália Ferraz Alonso. Análise da participação das mulheres na ciência: um estudo de caso da área de Ciências Exatas e da Terra no Brasil. Em Questão, v. 25, n. 1, p. 37–62, 2019.

XAVIER, Giovana. Ciência de Mulheres Negras: um experimento de insubmissão. Saúde em Debate, v. 45, p. 51–59, 2021.

Descargas

Archivos adicionales

Publicado

2024-08-07

Cómo citar

Rodrigues, S. M., Soares, L. F., & Leite, R. C. M. (2024). CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA FORMAÇÃO DO PERFIL CONCEITUAL DO TERMO MULHER CIENTISTA NO BRASIL. Revista De Ciências Humanas, 25(2), 200–221. https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.200-221

Número

Vol. 25 Núm. 2 (2024): Mulheres e/na Ciência: trajetórias e desafios sob a perspectiva da Educação

Sección

Dossiê

Licencia


O trabalho Revista de Ciências Humanas de Revista de Ciências Humanas foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech.