Neurodivergent childhood
the ways of being, acting and thinking of autistic children
DOI:
https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.36.257-279Keywords:
Neurodiversidade, Infância, Criança, AutismoAbstract
Este estudo teve como objetivo analisar as representações e compreensões da professora e das crianças sobre os modos de ser, agir e pensar de uma criança autista em sala de aula e suas repercussões para a inclusão e desenvolvimento dessas crianças no contexto escolar. A metodologia foi baseada na escuta e análise de narrativas construídas a partir da observação colaborativa e das interações com professoras e crianças. Assim, fundamentamos nossas discussões em autores como Barbosa e Horn (2001), Corsaro (2002), Novaes e Freitas (2024), Sarmento (2005; 2006; 2011) entre outros. Os resultados indicam que as crianças reconhecem as diferenças nos modos de ser, agir e pensar entre si, destacando as características que tornam as crianças autistas únicas. No entanto, também mostram que essas crianças são sujeitos únicos, com produções e experiências próprias. As contribuições da professora destacam que a infância autista, por suas singularidades, desafia a visão adultocêntrica que ainda predomina na sociedade, ao revelar o potencial das infâncias e suas experiências. Assim, podemos entender que as culturas infantis não devem ser reduzidas a termos comportamentais, mas sim reconhecidas por seus significados autônomos, que, quando organizados em interações e negociações dentro de grupos, criam uma “gramática” única que molda sua experiência e aprendizagem.
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