CIBERCULTURA E CRIAÇÃO CONCEITUAL

Andrews Dubois Jobim, Lucia Maria Martins Giraffa

Resumo


A cibercultura estabeleceu uma relação descentralizada tanto de produção, bem como de acesso ao conhecimento, onde as fontes de sentido conectam entre si em uma estrutura de rede não-hierárquica, transformando as formas de interação dos sujeitos com o mundo circundante, produzindo novos modos de existência nunca antes pensados. Assim, modificam-se as relações de trabalho, sociais, de saúde, da educação. Construir um entendimento crítico dessas transformações e potencializá-las para produzirem soluções para os problemas contemporâneos é tarefa de todos os educadores. Num mundo onde as tecnologias digitais são destaque emerge a necessidade de formarmos cidadãos para compreender criticamente esta extensão do espaço físico e suas potencialidades e riscos. Nesse sentido, este trabalho propõem um diálogo entre a cibercultura e o ensino de filosofia (aqui entendido a partir da perspectiva da criação conceitual), visando potencializar processos e inserir as práticas no contexto da contemporaneidade. Pretende-se relacionar a criação conceitual e a cibercultura, explorando a noção de universal não totalizante como ponte para essa aproximação. Para isso, apoia-se o aporte teórico nas obras Gilles Deleuze e Félix Guattari, Pierre Lévy, e Silvio Gallo. Acredita-se na relação possível e necessária entre a cibercultura e o ensino de filosofia através da noção de criação conceitual. Sabendo que ensinar filosofia implica em fazer opções teóricas que acabam por determinar as práticas, sendo necessário optar por perspectivas mais orientadas aos tempos contemporâneos. A proposta é alicerçada em intenso processo de experimentação de problemas para gerar soluções, engajando os estudantes na construção do próprio conhecimento. À cada pessoa é importante reconhecer sua dignidade de produzir seus conceitos, sem a exigência de cumprir determinados pré-requisitos para ter afirmada sua capacidade filosofante. O contexto da cibercultura, compartilha desta abertura à multiplicidade e às potências produtoras de sentido. Aqueles que filosofam, assim como aqueles que navegam na internet, são convidados a criar expressando-se através desse ato. Não que isso se dê sempre de forma ampla, com grandes processos criadores, mas já se manifesta nas pequenas interações e experiências específicas. Enfim, acredita-se ser relevante essa aproximação entre a cibercultura e a criação conceitual para que práticas inovadoras possam ser pensadas no ensino de filosofia, atualizando sua configuração e seus modos de ser, de forma a oportunizar experiências mais interessantes e atrativas aos estudantes.


Palavras-chave


Ensino de filosofia. Cibercultura. Criação conceitual.

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Revista de Ciências Humanas - Educação, Frederico Westphalen, RS

ISSN 1981-9250

Qualis/CAPES 2017-2020: A4 - Educação; Ensino; Interdisciplinar

Prefixo DOI: 10.31512

E-mail: rhumanas@uri.edu.br

 

 * Contagem iniciou em 28/04/2019.

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