A DOCÊNCIA NA LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA: SABERES DA LITERATURA DE TRADIÇÃO ORAL
DOI:
https://doi.org/10.31512/19819250.2019.20.02.05-18Palabras clave:
Literatura. Cultura. Educação Indígena. Interculturalidade.Resumen
Este trabalho apresenta situações de aprendizagem da prática de estágio de Língua Portuguesa, Língua Kaingang e Literaturas, do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena em Línguas, Artes e Literaturas, da Unochapecó. As atividades foram realizadas com o ensino fundamental e médio, na Escola Cacique Vanhkre, em Ipuaçu, Santa Catarina. Optamos pelo trabalho com as histórias da tradição oral, por entendermos que elas transmitem ensinamentos, sugerem percepções distintas dos modos de viver dos povos e das culturas em diferentes épocas históricas. Nelas encontramos referências culturais dos antepassados e da sua organização comunitária. Entendemos como prioridade, nas comunidades indígenas, instigar as crianças e adolescentes a valorizar as experiências dos mais velhos e a reconhecer a força que essas histórias têm para a revitalização da cultura do Povo Kaingang. As histórias, os causos, as lendas que os velhos kaingang contam, trazem referências do imaginário e dos valores desse povo. Os velhos devem ser observados como legítimos acervos, bibliotecas ativas e os professores precisam descobrir e fazer uso desses bens culturais para que os conhecimentos sejam transmitidos às gerações. A experiência do estágio significou uma possibilidade para incentivar as crianças e os adolescentes a ler, escrever e conhecer aspectos da cultura indígena. Trabalhamos com as lendas do acervo memorialista da indígena Dona Pureza da Conceição Oliveira. As narrativas foram coletadas por familiares e socializadas com os estudantes. Por meio da linguagem poética da tradição popular, foi possível perceber situações que envolvem os modos de conviver e de compreender o presente, com uma visão crítica. Realizamos um trabalho prazeroso, sem com isto se afastar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a qual enfatiza a diferenciação da escola indígena das demais escolas do sistema educacional.
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