A gestão escolar refém dos resultados das avaliações externas em larga escala.

Autores/as

  • Luiz Carlos Gesqui Centro Universitário de Araraquara-UNIARA

DOI:

https://doi.org/10.31512/rch.v15i25.1473

Palabras clave:

Avaliação em larga escala, Gestão escolar, Escola pública.

Resumen

As avaliações educacionais em larga escala buscam contribuir com a gestão das escolas, fornecendo-lhes, por exemplo, informações referentes ao fluxo e desempenho escolar dos alunos. Busca com isso impulsionar a qualidade educacional expressa em seus indicadores. Todavia, observou-se, por meio de participações em reuniões pedagógicas em quatro escolas públicas paulistas de ensino regular, no período de 2008 a 2011, que os resultados obtidos nessas avaliações são determinantes na definição de práticas escolares efetivadas por gestores escolares e docentes no cotidiano escolar. Imprensa, instâncias administrativas superiores, pares e comunidade escolar pressionam estes profissionais pelo cumprimento das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP) anualmente estabelecidas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) e, em função dessa pressão, as práticas escolares mais recorrentes efetivadas são o excessivo uso dos simulados das avaliações externas e a promoção dos alunos para a série seguinte a partir do registro de sua frequência dentro dos limites legalmente estabelecidos. O controle promovido pela difusão das avaliações em larga escala produz e referenda práticas escolares que depõem contra o processo de ensino e aprendizagem e transforma gestores escolares e docentes em reféns dos resultados destas avaliações.

Biografía del autor/a

Luiz Carlos Gesqui, Centro Universitário de Araraquara-UNIARA

Docente do Mestrado Profissional em Educação do Centro Universitário de Araraquara-UNIARA.

Citas

ALVARSE, Ocimar Munhoz.; de BLASIS, Eloisa. ; FALSARELLA, Ana. Maria. Avaliação e Aprendizagem: avaliações externas: perspectivas para a ação pedagógica e gestão do ensino. São Paulo: CENPEC: Fundação Itaú Social, 2013.

BALL, Sthephen. Performatividade, privatização e o pó-estado do bem estar. Educação e Sociedade, Campinas, v.25, n. 89, p.1105-1126, setdez.2004. ISSN: 1678-4626. Disponível em . Acesso em 20 jul. 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.

BROOKE, Nigel. O futuro das políticas de responsabilização educacional no Brasil. Cadernos de Pesquisa. Ago 2006, v.36, n.128, p.377-401.

DOURADO, Luiz Fernandes.; OLIVEIRA, João Ferreira A qualidade da educação: perspectivas e desafíos. Cadernos CEDES. V.29. p. 201-215. 2009.

GATTI, Bernadete. Angelina. Avaliação de sistemas educacionais no Brasil. Sísifo- Revista de Ciências da Educação. Lisboa, n.9, p.7-17. 2009.

GESQUI, Luiz Carlos. O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo: a materialização da racionalidade tecnológica. Tese (Doutorado em Educação). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Orientador: Prof. Dr. Carlos Antonio Giovinazzo Junior.

SÂO PAULO. Secretaria Estadual de Educação. Programa de qualidade na escola. 2009.

OLIVEIRA, Romualdo Portela. Estado e política educacional no Brasil: desafios do século XXI. Tese de Livre Docência. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

OLIVEIRA, Romualdo Portela; ADRIÃO, Theresa (Orgs.). Gestão, financiamento e direito à educação: análise da Constituição Federal e da LDB. 3ª.ed. São Paulo: Xamã, 2007.

TOKARNIA, Mariana. Mec: matrículas na educação básica caíram 1% de 2012 a 2013. Agência Brasil, Brasília, 25 fev. 2014. Disponível em: . Acesso em 03 abr. 2014.

UNESCO. Educação de qualidade para todos: um assunto de direitos humanos. Brasília: Unesco Orelac. 2007.138p.

Publicado

2017-09-12

Cómo citar

Gesqui, L. C. (2017). A gestão escolar refém dos resultados das avaliações externas em larga escala. Revista De Ciências Humanas, 15(25), 18–29. https://doi.org/10.31512/rch.v15i25.1473