A COZINHA E A CULINÁRIA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DE PESQUISA COM PROFESSORAS NEGRAS BRASILEIRAS E MULHERES CABO-VERDIANAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.173-199

Palavras-chave:

afetos, cozinha e culinária, encruzilhada, mulheres cabo-verdianas, professoras negras.

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar como a cozinha e a culinária foram configuradas como estratégia metodológica de pesquisa com mulheres professoras negras brasileiras e mulheres cabo-verdianas, para acessar narrativas sobre suas trajetórias pessoais, formativas e profissionais, com foco na circulação de afetos, tendo as epistemologias da encruzilhada como referencial metodológico, ancoradas na cosmo-percepção ioruba. Somam-se ao repertório teórico do trabalho as oficinas realizadas com mulheres cabo-verdianas, em virtude da participação no Programa de Intercâmbio Mudjeris di lí i di lá: Gênero, Ancestralidade e Direitos – Brasil e Cabo Verde. Os resultados indicam que a culinária e a cozinha nesta investigação se definem como espaços de ressignificação, não somente ao que o colonialismo legou para sociedades colonizadas, mas também por fortalecer os laços perdidos entre pessoas negras, uma vez que nesse lugar é possível acionar, produzir, evidenciar e fazer circular afetos e modos de cosmo-sentir-pensar e fazer o contexto escolar, comunitário e pessoal.

Biografia do Autor

Maicelma Maia Souza, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Sou Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo - USP. Mestra em Educação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica - Escola de Engenharia de Agrimensura. Possui graduação em Pedagogia - UESB. É Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB, no Centro de Formação de Professores em Amargosa-BA, atua na Área de Conhecimento Docência, Saberes e Práticas Educativas. Concentra seus estudos no campo da Educação e Relações Étnico-Raciais, Pensamento Afrodiaspórico, Ancestralidade, Didática, Currículo e Prática Pedagógica. É coordenadora do Programa de Extensão CAfUNé - Cozinha dos Afetos para Universitárias Negras. Autora do livro: Projetos Pedagógicos na Escola e Relações Étnico-raciais:o que dizem as experiências de professoras. Mantenho-me em articulação comunitária com coletivo Rede Afroquilomba.

Acesso para o Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/0916750509880376

Anete Abramowicz, Universidade de São Paulo - USP

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1979), mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Em 2010 concluiu um estágio de pós-doutoramento de 13 meses no CERLIS (Centre de Recherche Sur Les Liens Sociaux) na Universidade Paris Descartes em Paris na área da Sociologia da Infância. Atualmente é professora Titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação para a infância, atuando principalmente nos seguintes temas: criança e infância, sociologia da infância, diferenças, relações raciais, etárias e de gênero. Em 2010 recebeu a bolsa produtividade. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar de 2003 a 2005, foi coordenadora do Fórum dos Coordenadores de Pós-Graduação em Educação da ANPED e vice-coordenadora do GT de 0 a 6 anos da ANPED. Foi editora responsável da Revista Eletrônica de Educação (REVEDUC) de 2007 até 2017, atualmente é editora honorária. Membro do Comitê Científico editorial da Revue International de lÉducation Familiale. É Professora Titular aposentada da Universidade Federal de São Carlos.

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Publicado

2024-08-07

Como Citar

Souza, M. M., & Abramowicz, A. (2024). A COZINHA E A CULINÁRIA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DE PESQUISA COM PROFESSORAS NEGRAS BRASILEIRAS E MULHERES CABO-VERDIANAS. Revista De Ciências Humanas, 25(2), 173–199. https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.173-199