O CURRÍCULO COMO CAMPO DE DISPUTA E SIGNIFICAÇÃO DA DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

REFLEXÕES NECESSÁRIAS SOBRE CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Resumo

Este trabalho analisa como o currículo, enquanto campo de disputa, contribui para a significação da docência na educação infantil. A partir da categoria “campo de disputa”, discute-se a relevância de enfrentar os hiatos presentes nas orientações curriculares, especialmente no que diz respeito ao trabalho pedagógico com crianças pequenas e bem pequenas. A ausência de aprofundamento na concepção de criança e infância na BNCC foi apontada como um fator limitante, reverberando em práticas pedagógicas que não atendem plenamente às necessidades e à essência infantil. Os resultados indicam que o currículo da educação infantil se configura como um espaço de construção identitária e cultural das crianças, sendo fundamental para legitimar sua capacidade como produtoras de cultura. Observou-se que práticas pedagógicas alinhadas a uma concepção ampliada de currículo promovem experiências mais significativas, respeitando a diversidade e as potencialidades infantis. O estudo, fundamentado em referenciais teóricos e análises documentais, dialoga com autores como Lopes e Macedo (2011), Moreira e Candau (2008), Silva (2011), Cury, Reis e Zanardi (2018), entre outros. A análise evidencia que o currículo é um processo histórico-cultural, em que saberes científicos, culturais e experiências cotidianas se entrelaçam, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Concluímos que práticas docentes emancipatórias, livres de dicotomias, são essenciais para valorizar o potencial de ser das crianças. Assim, o currículo, ao ser compreendido como um território de disputa e construção, pode transformar a educação infantil em um espaço mais inclusivo, culturalmente rico e alinhado às necessidades das crianças.