INFÂNCIA NEURODIVERGENTE

OS MODOS DE SER, AGIR E PENSAR DA CRIANÇA AUTISTA

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar as representações e compreensões da professora e das crianças sobre os modos de ser, agir e pensar de uma criança autista em sala de aula e suas repercussões para a inclusão e o desenvolvimento dessas crianças no contexto escolar. A metodologia baseou-se na escutatória e na análise de narrativas construídas a partir da observação colaborativa e das interações com professores e crianças. Dessa forma, fundamentamos nossas discussões em autores como Barbosa e Horn (2001), Corsaro (2002), Novaes e Freitas (2024), Sarmento (2005; 2006; 2011), dentre outros. Os resultados indicam que as crianças reconhecem as diferenças nos modos de ser, agir e pensar entre si, destacando as características que singularizam as crianças autistas. No entanto, elas também evidenciam que essas crianças são sujeitos únicos, com produções e vivências próprias. As contribuições da professora ressaltam que a infância autista, devido às suas singularidades, desafia a visão adultocêntrica ainda predominante na sociedade, ao revelar o potencial das infâncias e suas experiências. Assim, podemos compreender que as culturas infantis não devem ser reduzidas a termos comportamentais, mas sim reconhecidas por seus significados autônomos, que, ao se organizarem nas interações e negociações dentro dos grupos, criam uma “gramática” única que dá forma à sua experiência e à sua aprendizagem.