A RESSIGNIFICAÇÃO DO “VIVER-JUNTO”: A IDIORRITMIA EM AZUL-CORVO (2010), DE ADRIANA LISBOA
Abstract
Espaço é um artigo de luxo nos tempos atuais, sentencia Roland Barthes em Como Viver Junto (2013). De um lado, uma sociedade que impõe a integração como uma espécie de lei, em que a norma é o comum, ou seja, a comunidade. Uma sociedade que controla e vigia a margem. De outro, indivíduos dilacerados, comprimidos nesse modelo que os obriga a aceitar a herança genealógica e a aderir às identidades coletivas, compulsoriamente. As narrativas contemporâneas refletem esse mal-estar, investindo em sujeitos que questionam e reconfiguram os espaços geográficos, familiares e comunitários. É um desejo de individuação que gera uma tensão, na medida em que se busca uma distância e, ao mesmo tempo, afeto. No conceito de idiorritmia, proposto por Barthes, o Viver-Junto permitiria a cada indivíduo preservar o próprio ritmo. Fantasia utópica ou ressignificação da vida comunitária?
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