A LITERATURA COMO EXERCÍCIO DE (CONTRA)MEMÓRIA
Palavras-chave:
Literatura Brasileira Contemporânea. Ditadura civil-militar. História.Resumo
O texto aborda as relações entre memória pessoal e memória histórica no livro Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva (2015). Nesse testemunho de segunda geração, o escritor constrói um perfil de sua mãe, Eunice Paiva, que luta por toda a vida pela justiça, inicialmente sobre o desaparecimento do marido, o engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, depois por injustiças sociais até entrar no processo de perda de memória em razão de uma doença avassaladora. O narrador conduz a narrativa por um tom inconformista tanto com o destino familiar quanto pelo destino do país, que não consegue instaurar uma democracia de fato, reproduzindo após a ditadura violências e desaparecimento de pessoas. A leitura aqui empreendida tem como balizas teóricas estudos das áreas da Literatura, do Direito, da História, cuja articulação julgamos apropriada para compreender as ambiguidades que perduram e os impedimentos à memória e à verdade.
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