VISIBILIDADE FEMININA PELAS PERSPECTIVAS DE GÊNERO E CURRÍCULO COMO INSTRUMENTO DE DESCONSTRUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.75-97

Palavras-chave:

visibilidade feminina, ciência, perspectivas de gênero, currículo.

Resumo

As mulheres foram historicamente invisibilizadas em todos os setores da sociedade, tendo sido trancadas nos seus lares e tolhidas de participar dos espaços públicos. Mesmo no privado, em suas casas, naquele único lugar que foi oferecido a elas, eram e continuam sendo invisíveis. Discursos em diferentes setores sociais reafirmam e visam manter o poder dos homens sobre as mulheres, objetivando a manutenção da invisibilidade e a submissão feminina. A escola é um local onde as diversidades transitam, e dependendo de como essas instituições constroem seu currículo ele pode servir como uma ferramenta de manutenção e reprodução do poder hegemônico. Nessa pesquisa iremos refletir sobre discursos que envolvem a temática gênero ancoradas nas perspectivas científicas estabelecidas pela historiadora Joan Scott, bem como pensar os currículos para que sirvam como um instrumento de desconstrução das desigualdades. Esta é uma pesquisa qualitativa de estudo bibliográfico que tem por objetivo visibilizar o feminino nas suas diferentes perspectivas. Para tanto, ao longo dessa escrita, iremos apresentar como o tema gênero entrou na ciência; examinar as perspectivas que envolvem esse conceito, bem como o currículo escolar. Constatamos que visibilizar o feminino passa por desnaturalizar o que é dado como biológico, e no uso dos conhecimentos científicos sobre interrelações das perspectivas de gênero para romper com as relações de poder entre os gêneros. Além disso, identificamos que abordar o currículo como um instrumento de desconstrução de desigualdades de gênero é uma forma de resistência.

Referências

BALISCEI, João Paulo. Abordagem histórica e artística do uso das cores azul e rosa como pedagogias de gênero e sexualidade. Revista Teias, v. 21, Edição Especial, p. 223 – 244, ago. 2020.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida. 5ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

COLLING, Ana Maria; TADESCHI, Losandro Antonio org. Dicionário crítico de gênero. 2ª ed. Dourador, MS: Ed. Universidade Federal da Grande Dourados, 2019.

COLLING, Ana Maria. Gênero e História. Contexto e Educação. Editora Unijuí, ano 19, nº 71/72, jan./dez, p. 29 - 43, 2004.

COLLING, Ana Maria; AZEVEDO, Paula Tatiane de. Meu corpo, minha vida: cidadania, direitos humanos e mulheres. Revista Ciências Humanas, Frederico Westphalen, RS, pg. 74 – 88, jan./abr. 2019.

COLLING, Ana Maria. Inquietações sobre educação e gênero. Trilhas da História, Três Lagoas, v. 4, nº 8, jan-jun, p. 33- 48, 2015.

COLLING, Ana Maria; TEDESCHI, Losandro Antonio. O ensino de história e os estudos de gênero na historiografia brasileira. História e Perspectivas, Uberlândia. p. 295-314. jan./jun. 2015

FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2019.

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 5ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

SAFFIOTI, Heleieth. A Mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis: Vozes, 1976.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero patriarcado violência. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015.

SCOTT, Joan W. Deconstruir Igualdad-Versus-Diferencia: Usos De La Teoria Posestructuralista Para El Feminismo. Feminaria, Buenos Aires, VII, nº 13, p. 1-9, 1994.

¬¬ SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. 20 (2), p. 71-99, jul./dez., 1995.

SCOTT, Joan W. História das mulheres. In. BURKE, Peter (org). A escrita da História. Novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992, p. 63-95.

SOUZA-LOBO, Elisabeth. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. 3ª ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, Editora Expressão Popular, 2021.

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve História do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1999.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2024-08-07

Como Citar

Sagrilo, T. C., & Brittes, L. R. (2024). VISIBILIDADE FEMININA PELAS PERSPECTIVAS DE GÊNERO E CURRÍCULO COMO INSTRUMENTO DE DESCONSTRUÇÃO DAS DESIGUALDADES. Revista De Ciências Humanas, 25(2), 75–97. https://doi.org/10.31512/19819250.2024.25.02.75-97