A PLURIATIVIDADE NA AGROECOLOGIA COMO UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO PARA O AMBIENTE RURAL

Autores

  • Luciano Celso Brandão Guerreiro Barbosa Unidade Santana do Ipanema - Campus do Sertão - Universidade Federal de Alagoas
  • Alfio Brandenburg Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. Programas de Pós-Graduação em Sociologia e em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná.
  • André Maia Gomes Lages Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Mestrado em Economia Aplicada da Universidade Federal de Alagoas.

Resumo

Este artigo detém como objetivo analisar a relação entre o sistema socioprodutivo agroecológico e as múltiplas atividades socioeconômicas na perspectiva da construção da sustentabilidade socioambiental dos agricultores agroecológicos. Busca-se, ainda, verificar em que medida esta relação se constitui numa alternativa que contribui para a construção de um processo de desenvolvimento para o ambiente rural. Em sua execução, foram delimitados como universo de pesquisa 93 agricultores agroecológicos pertencentes ao Núcleo Maurício Burmeister do Amaral (MBA) – que compõe a Rede Ecovida de Agroecologia –, distribuídos em 15 grupos de agricultores, em 15 municípios pertencentes à Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, Brasil. Como instrumental analítico, utilizaram-se as diversas informações contidas nos Planos de Manejo Orgânico dos agricultores do Núcleo MBA e um questionário semiestruturado aplicado, de maneira aleatória, a 19 agricultores do Núcleo MBA, sendo esta uma amostra definida por meio de um cálculo estatístico. Conclui-se que a pluriatividade na agroecologia possibilita aos agricultores a organização de uma lógica reprodutiva e gerencial que lhe gera uma sustentabilidade socioambiental que se estrutura através: (i) da diversificação produtiva agrícola e/ou não-agrícola no estabelecimento; (ii) da inserção plural dos membros da família no desenvolvimento de atividades produtivas dentro e fora do estabelecimento rural familiar; (iii) da obtenção múltipla de rendas (monetária e não-monetária) no transcorrer de todo o ano; e (iv) do equilíbrio ecológico dos agroecossistemas. Verificou-se, ainda, que por meio da pluriatividade na agroecologia os agricultores do Núcleo MBA constroem um processo de desenvolvimento para o ambiente rural diferenciado e que se estrutura através das singularidades locais e dos diferentes modos e projetos de vida adotados por cada agricultor inserido neste processo.

Biografia do Autor

Luciano Celso Brandão Guerreiro Barbosa, Unidade Santana do Ipanema - Campus do Sertão - Universidade Federal de Alagoas

Professor Adjunto III do Cursos de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Alagoas - Campus Sertão, na área de estudo: Desenvolvimento e Meio Ambiente. Pós-Doutor em Sociologia pelo PPGS/UFPR (2015). Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pelo PPGMADE/UFPR (2013). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Rede Prodema/UFAL (2007). Graduado em Ciências Econômicas pela FEAC/UFAL (2002). Líder do Grupo de Pesquisa: Centro de Estudos sobre Ecodesenvolvimento e Agroecologia, Campus do Sertão, UniversidadeFederal de Alagoas. Pesquisador do Grupo de Pesquisa: Centro de Estudos Rurais do Paraná, Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. Atua nas seguintes temáticas: Desenvolvimento, Ecodesenvolvimento, Desenvolvimento Rural Sustentável, Gestão Territorial, Economia Solidária, Bioeconomia, Ruralidades, Pluriatividade, Multifuncionalidade, Agricultura Orgânica, Agroecologia e Reprodução Socioeconômica e Convivência com o Semiárido.

Alfio Brandenburg, Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. Programas de Pós-Graduação em Sociologia e em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná.

Possui Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (1997), Mestrado em Sociologia Rural pela Universidade de São Paulo- ESALQ/USP (1980). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade de Paris X, Nanterre. Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Paraná/Departamento de Ciências Sociais, com participação no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Doutorado em Meio Ambiente. Tem experiência como docente e pesquisador na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, desenvolvimento rural sustentável e socioambientalismo, movimento ecológico, novos atores e ruralidade.

André Maia Gomes Lages, Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Mestrado em Economia Aplicada da Universidade Federal de Alagoas.

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco (1985), Mestrado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (1993) e Doutorado em Economia da Industria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é professor adjunto III da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Teoria Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: economia rural e agrícola; economia regional, desenvolvimento econômico e desenvolvimento rural sustentável, organização industrial; estudos agroindustriais; e economia brasileira.

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Arquivos adicionais

Publicado

2017-07-18

Como Citar

Barbosa, L. C. B. G., Brandenburg, A., & Lages, A. M. G. (2017). A PLURIATIVIDADE NA AGROECOLOGIA COMO UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO PARA O AMBIENTE RURAL. REVISTA BRASILEIRA DE TECNOLOGIA AGROPECUÁRIA, 1(1), 86–96. Recuperado de https://revistas.fw.uri.br/rbdta/article/view/2426

Edição

Seção

Desenvolvimento Rural