EM CÂMARA LENTA, DE RENATO TAPAJÓS – ENTRE O NARRAR E O LEM-BRAR: A TENTATIVA DE (RE)CONSTRUÇÃO DE UM PASSADO SILENCIADO
Palavras-chave:
Ditadura Militar, violência, memória, esquecimento.Resumo
O presente artigo aborda o drama das vítimas da Ditadura Militar brasileira (1964-1985) a partir da observação da dificuldade encontrada de lembrar para narrar o ocorrido. Através do discurso do narrador-personagem de Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós, busca-se trazer à luz as cicatrizes deixadas na memória das vítimas deste período violento, perceptíveis através de uma narrativa que se mostra problemática ao apresentar uma escrita em fragmentos e um discurso conturbado e deficitário. O que se pode inferir é que a fragmentação observada na narrativa é a materialização de uma mente confusa e abalada pelas lacunas da memória, ocasionadas pela violência praticada em relação a todos que se mostrassem contrários ao sistema opressor.
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