INFÂNCIAS E EDUCAÇÃO SEXUAL

NECESSIDADE ÉTICA E SOCIAL DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.36.45-67

Palavras-chave:

Criança, Violência sexual, Educação infantil, Desenvolvimento infantil

Resumo

A infância e os profissionais da infância representam um campo do conhecimento que é atravessado por inúmeras outras áreas, inclusive a sexualidade. Este artigo reflete sobre a importância de uma educação sexual desde tenra idade a fim de realizar uma prevenção à violência sexual, para isso, é traçado o objetivo de analisar a relação entre infância, violência e educação sexual na perspectiva de profissionais da educação infantil da rede municipal de educação de Belém-Pa. A partir da questão problema: como educadoras e educadores da educação infantil entendem a infância, violência e a educação sexual? Foi realizada uma pesquisa colaborativa (Ibiapina, 2008), de abordagem qualitativa que convidou todas as escolas da educação infantil da cidade à partilhar seus saberes e angustias sobre a temática, os procedimentos de coleta de dados perpassam por círculos dialógicos culturais formativos. Os resultados apontam compreensões tecidas pelos participantes da pesquisa em diálogo com intelectuais da área que situam as infâncias na história (Ramos, 2000), na sociologia (Sarmento, 2009), na educação sexual (Figueiró, 2018) e no desenvolvimento infantil (Sanderson, 2005). Em suma, uma pedagogia de prevenção à violência sexual contra crianças pode e deve ser construída na educação infantil de cada cidade, tal qual vem se desenhando na cidade de Belém.

Biografia do Autor

Hanna Tamires Gomes Corrêa Leão Teixeira, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará. Mestrado em Educação pelo mesmo programa, na linha de Saberes Culturais e Educação na Amazônia, como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Possui especialização em Docência do Ensino superior e especialização em Gestão Educacional, pela Faculdade Conhecimento e Ciência (FCC). Graduada pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) em Licenciatura Plena em Pedagogia. Atualmente é professora efetiva do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). É integrante do Núcleo de Educação Popular Paulo Freire (NEP- UEPA). Atuou como coordenadora pedagógica na Secretaria Municipal de Educação e Cultura Belém (SEMEC) . Foi professora dos cursos de Pedagogia, Direito e Serviço Social na Faculdade Estácio FAP (PA). Orientadora de Iniciação científica financiada pela Faculdade Estácio. Foi representante discente do Colegiado PPGED - UEPA (2018-2020). Os temas de interesse são: pensamento educacional de Paulo Freire; formação de professores; educação popular; sexualidade; prevenção à violência contra crianças e Filosofia com Crianças

Ivanilde Apoluceno de Oliveira, Universidade do Estado do Pará

Ivanilde Apoluceno de Oliveira realizou pós-doutoramento em educação na Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro em junho de 2010. Concluiu o doutorado em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2002. Realizou, em 2001, doutorado sanduiche na UNAM e UAM-Iztapalapa no México, com estudos sobre ética com o filósofo Enrique Dussel. Realizou mestrado em Educação Popular na UFPB. É graduada em Filosofia pela UFPA. Atualmente é Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação e professora titular aposentada da Universidade do Estado do Pará. Coordena o Procad-Amazônia do PPGED-UEPA-CAPES desde 2018. Coordena o Núcleo de Educação Popular Paulo Freire da UEPA. É editora da Revista Cocar. É membro da Editoria Científica da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (INEP). Coordena a Cátedra Paulo Freire da Amazônia. Coordena a Rede de Educação Inclusiva da Amazônia. É Pesquisadora do Observatório Nacional de Educação Especial, da Rede Freireana de Pesquisadores, da Rede Luso-brasileira de Alfabetização de Jovens e Adultos, da Rede Interculturalidade e Movimentos Sociais - Rede Mover, da Rede de Investigadoras/es educativos en México - REDIEE e Rede Internacional de Investigadores e Participantes sobre Integração/Inclusão Educativa (RIIE). Exerceu a vice-presidencia Norte da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED de dezembro de 2019 a dezembro de 2021. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA de 2014 a 2021. Exerceu a coordenação do Forpred Norte de 2016 a 2018. Exerceu a vice-coordenação do Forpred Norte de outubro de 2015 a outubro de 2016. Exerceu a coordenação do FEPAE no período de outubro de 2014 a outubro de 2015. Exerceu a coordenação do Fórum de Editores de Periódicos em Educação do Norte e Nordeste no período de 2012 a 2013. Exerceu a vice-coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA de 2010 a março de 2012.. Exerceu a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA (2003-2007), a Vice-coordenação do Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Educação das Regiões Norte e Nordeste (2005-2007), a direção do Centro de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Pará (1996-1998), a vice-direção do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Pará (1990-1991) e a coordenação do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (1988-1990). Bolsista produtividade do CNPq - PQ2 desde 2017. Atua na área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, Educação Popular e Educação Inclusiva, envolvendo ações educacionais com infância, crianças e com jovens e adultos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: educação, educação especial, educação de jovens e adultos, inclusão, educação popular, filosofia, Filosofia da Educação e ética.

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Publicado

2025-10-31

Como Citar

Teixeira, H. T. G. C. L., & Oliveira, I. A. de. (2025). INFÂNCIAS E EDUCAÇÃO SEXUAL: NECESSIDADE ÉTICA E SOCIAL DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA. Revista Literatura Em Debate, 20(36), 45–67. https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.36.45-67