RASTROS DE UMA PESQUISA DE INSPIRAÇÃO CARTOGRÁFICA COM/SOBRE CRIANÇAS
ROMPENDO PERSPECTIVAS ADULTOCÊNTRICAS
DOI:
https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.36.280-296Palavras-chave:
Estudos da infância, Pesquisa com/sobre crianças, AntiadultocentrismoResumo
Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões e análises que mobilizem modos (outros) possíveis de vivenciar as pesquisas com/sobre as crianças. Para tanto, com base nos Estudos da Infância, buscou-se trazer alguns trechos de encontros da autora com 28 crianças da pré-escola, que frequentavam um CEMEI, localizado em uma cidade do interior paulista. Tendo por inspiração a cartografia, de concepção deleuzo-guattariana, tais encontros foram mapeados colocando em pauta a participação efetiva das crianças nas pesquisas, em busca de aberturas que deem visibilidade às suas falas, sentimentos, desejos e experiências. Entre muitas paisagens, escolheu-se duas cenas que valorizam os enunciados poéticos das crianças, de modo que se aprofundou na discussão de alguns aspectos – o que é possível ver e o que escapa; armadilhas e mudanças –, os quais sem oferecer certezas e respostas, propiciam reflexões sobre o adultocentrismo nas investigações acadêmicas. Concluiu-se que fazer pesquisa com/sobre crianças requer compromisso ético-político para com elas, requer respeito para não impor um olhar adultocentrico, enfim, compreende-se que é preciso ter sensibilidade para observar, ouvir, registrar e respeitar suas narrativas, bem como as relações com seus pares, com as pessoas adultas e com variadas (i)materialidades.
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