Perdição, de Hélia Correia: um exercício sobre Antígona e sobre a posição feminina

Alexandra Lopes da Cunha

Resumo


Na peça de nome: Perdição, um exercício sobre Antígona, Hélia Correia nos leva à Tebas, durante o período terrível da dinastia dos Labdácidas a fim de jogar a luz, mais uma vez, na figura de Antígona, heroina trágica imortalizada na peça de Sófocles.

Nesta versão, a autora mergulha na psique desta fascinante personagem; uma jovem cheia de raivas: contra o pai, que a condenou a uma errância e a privou de uma vida confortável, à tia, que julga amá-la em excesso, à estrutura social, que condena as mulheres a posições incômodas e subservientes e que, talvez por estes motivos, tenha optado em morrer.

A estrutura da peça ressalta ainda a figura de Tirésias, como observador e comentador, dos personagens vivos: Antígona e sua ama, Ismena, sua irmã, os tios e Hémon, filho destes e seu pretendente, bem como dos personagens mortos: Antígona e a Ama, percorrendo o campo de Asfódelos, em direção ao Hades.   

Um exercício de reflexão sobre os mitos, sobre a situação feminina e sobre insurgência, ainda que trágica.


Palavras-chave


Literatura em Língua Portuguesa; Literatura Portuguesa Contemporânea; Teoria Literária; Mitocrítica

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
O trabalho Revista Literatura em Debate de Revista Literatura em Debate foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 3.0 Não Adaptada.