Bicha preta reza o corpo
Abstract
O projeto literário “erotismo sagrado”, empreendido pelo poeta capixaba Waldo Motta desde a publicação da obra Bundo e outros poemas (1996), projeta-nos em uma escrita que tematiza, no espaço poético, a miserabilidade, a discriminação racial e, principalmente, a condição homossexual do poeta. Os conteúdos selecionados por ele ganham potência lírica ao promoverem um jogo verticalizado entre o sagrado e o profano, imiscuindo-se este naquele e, a partir de um jogo lexical, semântico, irônico, debochado e paródico, o leitor, no plano da interpretação, se vê em uma teia de palavras construídas pelo poeta com intenções claras de questionar os valores culturais, sobretudo, a sexualidade humana, centrada na heteronormatividade e na religiosidade cristã. Este artigo discutirá sobre a voz profética tão recorrente ao exercício lírico do poeta, bem como a vulnerabilidade do corpo homoerótico. Para isto, recorremos à leitura de três poemas “Deus furioso”, “Descobrimentos” e “Ah, corpo!”, para analisar como essas questões presentificam-se na literatura desenvolvida por Waldo Motta.
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