A POESIA DO PENSAMENTO DE ROLAND BARTHES
Abstract
Roland Barthes pode ser definido como um habitante das soleiras. Ao visitarmos uma livraria, perceberemos uma circense distribuição das obras barthesianas pelas prateleiras disciplinares. Não será nada difícil encontrarmos Diário de luto no setor de Linguística, Roland Barthes por Roland Barthes em História, Fragmentos de um discurso amoroso no Romance Estrangeiro. A falência da unicidade das caixas de aço disciplinares se dá justamente pela violenta porosidade limiar da qual os incontáveis conhecimentos se alimentam e se suplementam de forma intercambiável. Contrabandear saberes sob um regime limiar de pensamento é afrontar uma potencialidade de divisão epistemológica que busca uma classificação pura entre os diferentes quadrantes do discurso. A necessidade de separação entre as áreas de pesquisa tem se mostrado absolutamente problemática no tocante ao cerceamento de liberdade na criação/teorização acadêmica. Pensado neste sentido, o limite se configura como uma espécie de disfarce inventado para segmentar domínios imaginados por determinada instância de poder. No entanto, as cartografias disciplinares contemporâneas têm se apresentado permeadas por uma vontade de transgressão dos muros obsoletos do saber. O limite, por sua vez, encoraja a distância e o ilhamento das especialidades no que se refere à demarcação de um domínio de conhecimento patrimoniado.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
A Revista Língua & Literatura foi licenciada com uma Licença CreativeCommons - Atribuição Não Comercial – Sem derivados 3.0 Não Adaptada.
Língua & Literatura não passa a deter os créditos sobre ensaios publicados. Em caso de republicação, solicita-se apenas referendar o ano e volume de nossa revista onde ocorreu a publicação inicial.