A (DES)CONSTRUÇÃO DO SUJEITO: A ARQUEOLOGIA DA PERSONAGEM EM DEUSES AMERICANOS, DE NEIL GAIMAN
Palavras-chave:
ficção, personagem. (des)construção do sujeito. Deuses Americanos. Neil Gaiman.Resumo
American Gods, é um romance de Neil Gaiman, autor britânico, reconhecido mundialmente pela autoria de HQs e de roteiros para o cinema e para a televisão. Dentre outras produções, Gaiman escreveu o roteiro de dois episódios da série Doctor Who: "The Doctor's Wife" foi transmitido em 2011 durante a sexta temporada da série, e "Nightmare in Silver" foi transmitido em 2013 na sétima temporada. Autor do famoso Sandman, que consiste numa série de HQs que tem como protagonista a personificação do Sonho ou de Morpheus, Gaiman é produtor de obras que transitam pelas vertentes da mitologia antiga e moderna. É o caso de Deus Americanos, cuja saga é vivida pelo misterioso e emblemático protagonista Shadow, um ex-condenado, recém liberto da prisão. Sem noção de sua real identidade, inicia uma série de viagens pelas diversas paisagens americanas, cuja motivação é a busca por aliados para uma guerra que está prestes a acontecer entre deuses antigos e modernos. Ao viver a desventura do mundo contemporâneo, Shadow vai se tornando uma figura complexa: em devir, busca compor-se em meio às fatalidades dos embates de forças opostas, as quais representam o antigo e o novo, o espiritual e o mundano, a sacralidade e a tecnologia. Esses elementos são pano de fundo dos eventos que norteiam (ou que desnorteiam) a narrativa. O choque entre opostos atinge o ápice com o nascimento da pós-modernidade. As relações entre o “eu” e o “outro”, a representação e o comportamento das divindades compõem a imagem do “si mesmo” percebida por Shadow. Sob essa perspectiva, American Gods versa sobre o trânsito em que se encontra o sujeito que busca reconhecer, mais do que a si próprio, os sentidos da existência e a natureza da realidade que contempla da margem. Objetiva-se, a partir da análise da narrativa, verificar a imagem do homem que se compõe pelo panorama simbólico dos entre-lugares que temporalizam a personagem, os quais, ao confrontar passado e futuro, possibilitam repensar a (des)arqueologia do sujeito.
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