Prefácio
Resumo
Crianças são festejadas quando nascem. O surgimento de uma revista científica também precisa ser comemorado. Portanto, parabéns, longa vida e sucesso, REVISTA PSICOLOGIA EM FOCO. Cumprimentos da Revista PSICO, da Faculdade de Psicologia da PUCRS, nascida em 1971.
Uma publicação científica é muito importante porque cumpre uma função essencial em relação ao acesso à informação, assegurado tanto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1978) como pela Constituição da República Federativa do Brasil (1999) a todos os cidadãos e a todas as cidadãs.
Seria possível argumentar que os cidadãos e as cidadãs não são leitores/as–alvo de revistas científicas de Psicologia. Ainda assim, com toda a coletividade da psicologia brasileira – profissionais, professores, estudantes, técnicos – já se tem um contingente de leitores interessados, críticos, usuários e divulgadores do conhecimento produzido e publicado.
Mas voltando aos cidadãos e às cidadãs, essas pessoas compõem o público leigo dessa produção, que, transformada por jornalistas e redatores especializados em divulgação popular da ciência, fazem a ponte entre a ciência e o cotidiano.
Aliás, na era das revistas online, pode-se imaginar os caminhos percorridos pela informação científica: das cartas trocadas por cientistas (Goldim, 1998), enviadas a cavalo ou em navios, até hoje, quando alguém em sua casa, diante do seu computador pessoal, acessa bases eletrônicas e imprime um artigo que necessita para seu trabalho ou, simplesmente, deseja ler por curiosidade. Na infovia, é quase direto do produtor para o consumidor!
As reflexões, as pesquisas, as revisões da bibliografia em Psicologia e áreas afins, a criatividade do pensamento, das discussões que passam para a escrita e constroem a ciência só adquirem o valor solidário quando compartilhados e nada melhor para isso do que uma revista.
Quem se envolve com a produção de um artigo sabe que isso é trabalhoso; também sabe o quão prazeroso é ter seu trabalho publicado. Docentes e estudantes até podem se queixar das dificuldades de, além de todas as atividades da vida acadêmica, ter ou querer publicar. E isso não é de hoje, haja visto a extenuante jornada de trabalho de Tolkien, que mesmo assim, escreveu a trilogia do Senhor doa Anéis:
"... a impressão que se tem dos diários e cartas de Tolkien, entre 1925 e fins de 1960, sugere que ele vivia trabalhando em alguma função, e que seu horário era extenuante. Acordava cedo e muitas vezes atendia pelo menos a um estudante em Northmoor Road, antes de partir para dar aula em Oxford. Tinha de participar de freqüentes reuniões com o corpo docente e resolver infindáveis questões administrativas. Depois do almoço, às vezes dava outra aula, ou voltava para casa a fim de corrigir provas finais ou dissertações dos alunos. Havia sempre aulas a preparar, orientação a dar aos colegas, cartas a escrever, comitês aos quais comparecer. Para cumular tudo isso, em comum com a maioria dos acadêmicos, esperava-se que Tolkien contribuísse para a literatura de seu campo, publicando trabalhos" (White, 2002, p. 127).
E aqui retomamos a saudação: que bom que no Rio Grande do Sul nasce mais uma revista de Psicologia! Bem-vinda, REVISTA PSICOLOGIA EM FOCO! Parabéns ao Curso de Psicologia da URI/Campus de Frederico Westphalen e aos autores do primeiro número da Psicologia em Foco.
Maria Lucia Tiellet Nunes
Faculdade de Psicologia - PUCRS
Referências
Brasil (1999). Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo, Saraiva.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. (1978). São Paulo, Paulinas.
Goldim, J. R. (1998). Informação, ciência e ética. Episteme, 3(7), 165 173.
PSICO (1971). PSICO 1, 7.
White, M. (2002). Tolkien – uma biografia. Rio de Janeiro, Imago.
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