AS INFÂNCIAS E O INFRAORDINÁRIO
NOTAS PARA RESISTIR À ACELERAÇÃO CONTEMPORÂNEA
DOI:
https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.35.170-187Palavras-chave:
Infâncias, Tempos, Escolas, Experiências, InfraordinárioResumo
A sociedade contemporânea é caracterizada por um ritmo acelerado, em que prevalece a valorização das grandes e rápidas produções. Nesse contexto, outros aspectos da vida, como as experiências acabam relegados a segundo plano. Inseridas nesse cenário estão as infâncias, que recebem os efeitos dessas acelerações. Em casa, nas escolas ou em qualquer outro espaço social, as infâncias têm sido progressivamente afastadas da possibilidade de observar, imaginar e criar, uma vez que as demandas adultocêntricas impõem prioridades diferentes. Neste ensaio, são objeto de investigação os tempos da infância e a centralidade das experiências por meio de um estudo bibliográfico de abordagem qualitativa. Inicialmente, a discussão aborda a aceleração contemporânea nas reflexões de Hartmut Rosa. Em seguida, é proposto um diálogo com autores como Walter Omar Kohan, Walter Benjamin e Giorgio Agamben, a partir da análise da necessidade de ressignificar os tempos e os espaços das infâncias. Por fim, é explorado o conceito de infraordinário, desenvolvido por Georges Perec, que ressalta a importância das experiências humanas ancoradas nas sutilezas e particularidades do cotidiano – frequentemente negligenciadas em uma sociedade acelerada, mas fundamentais para uma compreensão mais profunda e sensível da vida. A partir dessas perspectivas, conclui-se que é fundamental questionar e romper com os modelos hegemônicos tradicionais. É preciso abrir fissuras que possibilitem às infâncias serem atravessadas por experiências significativas, ao reconhecer e celebrar a beleza presente no infraordinário como uma dimensão essencial da existência.
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