EXPERIÊNCIAS DE INFÂNCIA(S) NA MODERNIDADE TARDIA

REFLEXÕES A PARTIR DE “NINGUÉM PODE SABER”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.35.240-264

Palavras-chave:

Infância(s), Subjetivação, Modernidade tardia, Desamparo

Resumo

Este estudo objetivou problematizar, a partir da análise do filme “Ninguém pode saber”, de que forma os modos de viver a infância e de se constituir sujeito infantil a partir das relações sociais têm sido marcados, na atualidade, por experiências como a orfandade simbólica, o desamparo, o protagonismo forçoso, entre outras que se tornaram marcas distintivas da modernidade tardia, conforme estudos produzidos pela Sociologia da Infância, pela Psicanálise e pelos Estudos Culturais. A narrativa fílmica analisada foi abordada como documento histórico, ou seja, compreendida como parte de um contexto sócio-histórico com o qual dialoga e para o qual faz-se necessário direcionar a atenção a fim de compreendê-la. Observou-se, como resultados, uma heterogeneidade de experiências vivenciadas pelas crianças na vida pública, na escola, com seus familiares e pares, sinalizando a existência de transformações sociais em curso que precisam ser mais bem compreendidas em suas causas e repercussões, havendo a necessidade de (re)pensar concepções de infância, educação e cuidado, considerando as múltiplas singularidades culturais, sociais e históricas. Para melhor atender às crianças, de acordo com a análise aqui apresentada, o ideal é estabelecer um equilíbrio entre a proteção fornecida aos adultos e a participação ativa das crianças em suas próprias experiências, promovendo sua autonomia sem renunciar ao amparo necessário.

Biografia do Autor

Eliziane Gorete Kielb, UFFS

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS (2017). Mestrado interdisciplinar em Ciências Humanas pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS (2019). Trabalhou como Professora Substituta na Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim/ RS. Atualmente é Professora na Rede de Ensino do Município de Erechim onde atua desde 2013. Tem experiência na área de Educação e Ciências Humanas. Interessa-se por pesquisas relacionadas à educação, infância, identidade, processos de subjetivação na modernidade tardia, processos de subjetivação na infância, literatura e cinema.

Ivone Maria Mendes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2004), mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2008), mestrado em Educação pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG (2008), doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo - USP (2013), pós-doutorado em Educação pela USP (2020). É professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. É parecerista ad hoc de revistas científicas nacionais e internacionais. Já atuou como consultora e professora formadora da Comissão de Ética da Presidência da República/CEP (biênio 2015-2016) abordando temas como ética e escuta sensível em cursos voltados a professores universitários e outros profissionais que atuam em instituições públicas federais. Tem experiência nas áreas de Psicologia e Educação com projetos de ensino, pesquisa e extensão focalizando os seguintes temas/áreas: aprendizagem e cultura; memória, imaginação e partilha narrativa; formação de professores/as; produção da subjetividade docente e discente; relações entre diferentes grupos geracionais em contextos escolares e não-escolares (incluindo os não urbanos, como as comunidades indígenas e quilombolas). 

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Publicado

2025-06-25

Como Citar

Kielb, E. G., & Silva, I. M. M. (2025). EXPERIÊNCIAS DE INFÂNCIA(S) NA MODERNIDADE TARDIA: REFLEXÕES A PARTIR DE “NINGUÉM PODE SABER”. Revista Literatura Em Debate, 20(35), 240–264. https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.35.240-264