INFÂNCIA E NEOLIBERALISMO
O ESSENCIALISMO DO SUJEITO NA TEORIA DO CAPITAL HUMANO
DOI:
https://doi.org/10.31512/19825625.2025.20.35.04-22Palavras-chave:
Infância, Neoliberalismo, Teoria do Capital HumanoResumo
Neste artigo, aborda-se a relação entre infância e neoliberalismo a partir da Teoria do Capital Humano. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, na qual se examinam autores que se dedicam à Teoria do Capital Humano, cotejando-os com discussões acerca do neoliberalismo e as suas implicações antropológicas na contemporaneidade. Em tal perspectiva, argumenta-se que as crianças, na sociedade contemporânea, são tomadas como objetos de investimento ou um nicho de mercado a ser explorado nas relações de consumo. Com base nessas duas unidades de análise, discorre-se sobre as concepções neoliberais de infância, identificando como ela se apoia em um saber neurocientífico. Fundamentado nisso, demonstra-se que a infância neoliberal representa um retorno a uma percepção metafísica e essencialista de homem, na qual o sujeito é reduzido a um ente que estabelece relações concorrenciais com seus pares. Dito de outra forma, para os Estudos da Infância, representaria um retorno a uma infância grafada no singular. Indica-se ainda o intento neoliberal de formação de um neossujeito, na medida em que os investimentos pragmáticos na infância exigem uma renúncia dos fazeres autotélicos e do presente, bem como prenunciam a fragmentação dos laços de solidariedade necessários para a manutenção da coesão social e de modos de vida democráticos. Conclui-se que essas implicações reverberam na agenda de pesquisa dos Estudos Sociais da Infância, uma vez que evidenciam a necessidade de um olhar antropológico.
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