MANIFESTO POR UM CURRÍCULO-CORAJOSO NA EDUCAÇÃO DAS INFÂNCIAS

Resumo

Este artigo, escrito em formato de manifesto, problematiza os desafios de ser professor/a em um espaço-tempo que disponibiliza imagens tão inglórias ao ofício docente, sobretudo quando ousamos traduzir nosso fazer pedagógico em currículos que acolhem as diferenças e as minorias. Logo, o objetivo do texto é o de confabular os princípios de um currículo-corajoso, um artefato cuja vitalidade é força motriz para operar com as diferentes estratégias de coibição às nossas práticas em sala de aula, sobretudo na Educação das Infâncias. O ponto de partida é um episódio junto às crianças na passagem do autor na Educação das Infâncias, que mobilizou uma reflexão acerca da necessidade de se parecer com a coragem em tempos de produção incessante de angústia e na docência. O artigo finaliza com algumas notas para a fabulação de um currículo-corajoso, capaz de provocar pequenos abalos nos microfascismos cotidianos a partir de uma resistência criativa, abastecida de sonhos, que permite a vida perdurar. Tais notas dão conta de evidenciar que um currículo-corajoso é capaz de abalar nossas certezas mais atávicas, ensinando-nos outros sentidos e significados para os marcadores da diferença social, de modo a nos fazer (re)ver, ouvir, sentir a vida, a docência e o currículo de uma maneira mais sensível, empática e potente.