A RESSIGNIFICAÇÃO DE FAVELA EM BECOS DA MEMÓRIA: DA FAVELAFOBIA AO BECO-LAR

Ângela de Fátima Langa, Denise Almeida Silva

Resumo


Este artigo analisa a representação de uma favela e de seus moradores em Becos da memória, romance de Conceição Evaristo que proporciona a visão de sujeitos que, em nosso quotidiano, são excluídos socialmente. Considera-se, sobretudo, a construção, por esses sujeitos, da favela como lar, e o abalo sofrido por esse conceito ao longo do processo de desfavelamento tematizado pelo romance. Inicialmente, enfoca-se a favela: sua origem e a visão depreciativa que se construiu em torno dela, expondo-se, a seguir, o conceito de lar, sobretudo os fatores que levam um espaço a ser considerado como tal. Destaca-se como, no romance, os becos da favela constituem-se em lar para seus moradores, analisando a construção e desconstrução desse conceito ao longo da obra, uma vez que a imagem da favela como lar sofre modificação profunda com a remoção dos moradores e a destruição do espaço em que habitaram. Percebe-se divergência na avaliação da favela por parte da população hegemônica e da periférica, que a habita: para esta a favela é um lar, enquanto para aquela o espaço e seus moradores não passam de entraves à especulação imobiliária, razão pela qual é necessário que sejam reafirmados os estereótipos ligados à favelafobia. O estudo baseia-se na teorização sobre a favela e sobre o conceito de lar, especialmente Valença (2008), Zaluar: Alvito (2004), Davis (2005) e Abreu (1994), com relação à primeira noção, e Santos (2007), Huttunen (2005) e Hollander (1991), com relação à segunda.

 


Palavras-chave


Becos da memória. Conceição Evaristo. Favela. Favelafobia. La

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