RECRIAÇÃO DO IMAGINÁRIO BRASILEIRO EM O TURISTA APRENDIZ
Resumo
O Turista Aprendiz, de Mário de Andrade, apresenta impressões do escritor das suas duas viagens pelo Norte e pelo Nordeste brasileiro empreendidas em 1927 e 1928. Este diário constitui um rico testemunho do contacto com a realidade nortenha e nordestina. De facto, o autor não só descreve detalhadamente uma viagem física por regiões profundamente desconhecidas pelo Sul modernista, mas também confronta essa mesma realidade com as imagens e referências criadas e disseminadas anteriormente na cultura brasileira. Neste artigo pretende-se analisar como Mário de Andrade desconstrói e reconstrói ao longo da sua narrativa as referências culturais que constituem um fundamento potencial para a formação da identidade nacional. O foco nas relações mútuas entre a narrativa e a nação permitirá aprofundar a compreensão do projeto nacionalista do escritor, em particular, e dos processos de criação de “comunidades imaginadas”, em geral.
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