JOÃO PAULO BORGES COELHO E AS CONTRADIÇÕES DO PÓS-COLONIALISMO: UMA ANÁLISE DE A CRÓNICA DA RUA 513.2

Sandra I. Sousa

Resumo


RESUMO: Entre os escritores que mais se têm afirmado na ficção moçambicana do pós-independência, destaca-se João Paulo Borges Coelho cuja obra literária tem vindo a ser aclamada pela crítica literária, em particular, e pelo público leitor, em geral. Neste ensaio, proponho uma análise do seu romance Crónica da Rua 513.2 (2006), da perspectiva da recente crítica ao pós-colonialismo oferecida por Vivek Chibber em Postcolonial Studies and the Specter of Capital (2013). A crítica de Chibber realça as aparentes deficiências no desenvolvimento da teoria pós-colonial nas últimas décadas abrindo, deste modo, uma janela teórica através da qual procuro demonstrar que o romance de Borges Coelho proporciona uma visão da realidade contemporânea de Moçambique que excede os parâmetros estabelecidos por uma teoria pós-colonial normalizada. Argumento que a Crónica da Rua 513.2 sugere uma compreensão da história colonial e pós-colonial mais complexa do que aquela oferecida pelos estudos pós-coloniais e que, de facto, reactiva elementos de uma análise marxista da experiência colonial e pós-colonial que a forma académica institucionalizada dos estudos pós-coloniais lamentavelmente tem esquecido.


Palavras-chave


Literaturas de Língua Portuguesa

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