A LINGUAGEM COMO UM DOS FIOS QUE TECEM A MEMÓRIA
Keywords:
Linguagem, Memória, DiscursoAbstract
Linguagem e memória não são funções autônomas, que atuam como arquivos executáveis por si só, são ações que se constituem mutuamente no processo dialógico e interativo da comunicação humana, no contato com o outro. A cada ação de linguagem outras ações mnemônicas são realizadas, constituindo blocos de registros que servem de amálgama para nossos discursos, pois, sempre partimos de um já-dito para a construção do dito, e projetamos o futuro por meio dessa ação referencial, que é o processo mnemônico. Por isso, iremos aqui analisar de que forma a linguagem é utilizada como fio condutor da memória e como a constituição desta memória serve de pano de fundo para o processo identitário, interativo, social, histórico e discursivo de nossa ação comunicativa e produção de sentidos. Para tanto, tomamos como base teórica, a definição clássica de memória protagonizada por Aristóteles; em seguida, levamos em consideração o pressuposto da relação entre a linguagem, a memória e a identidade, trazendo, assim, um viés sociológico sobre a importância desse estudo; por fim, remetemo-nos a concepção de memória enquanto interdiscurso, partindo dos princípios da Análise do discurso de linha francesa, inaugurada por Michel Pêcheux, e divulgada no Brasil, por Eni Orlandi. Todo esse percurso tem como finalidade mostrar até que ponto a linguagem tece nossas memórias, e como nossas memórias são as chaves para nossos discursos, para nossos ditos e não-ditos no processo interativo da comunicação humana no meio coletivo, no nosso agir na sociedade, independente da época, uma vez que só é possível se conceber a sociedade porque há sujeitos de memória.
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