DISCURSOS FRENTE A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ESTUDO EM CONTEXTOS INSITUCIONAIS

Gabriele Schek, Mara Regina Santos da Silva, Jeferson Ventura

Resumo


A organização das práticas frente a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes atendidas nos serviços sociais e de saúde não está pautada apenas pelo conhecimento científico dos profissionais. Nestes serviços operam uma ampla variedade de dispositivos, ou seja, regras, protocolos e determinadas formas de discursos essencialmente produzidos e institucionalizados para padronizar as atividades de trabalho das pessoas. Assim, este estudo tem como objetivo identificar, no contexto dos serviços sociais e de saúde, quais são os discursos que são institucionalizados frente a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes.  Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com enfermeiros, psicólogos, médicos, agentes comunitários de saúde, conselheiros tutelares e assistentes sociais. Os dados foram coletados entre novembro de 2013 e março de 2015, utilizando entrevistas semiestruturadas. Para análise e interpretação dos dados foi construída uma matriz teórica com base na Etnografia Institucional e a técnica utilizada foi a análise textual discursiva. Os resultados apontam para a institucionalização dos seguintes discursos: “a violência como componente intrínseco da história de muitas famílias” e “a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: não sabemos como agir para enfrentar o problema”. Tais discursos são incorporados na prática dos profissionais e orientam para ações pouco efetivas em termos de proteção. Em consequência, os profissionais deste estudo consideram suas ações dispensáveis, visto que, embora busquem intervir, a violência sempre irá existir no âmbito de muitas famílias. Adicionalmente, o fato de referirem não saber como agir frente ao fenômeno faz com que muitos deleguem suas responsabilidades a outros profissionais e serviços.

Palavras-chave


Violencia Doméstica; Niño; Adolescente; Enfermería; Trabjo

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ISSN 2317-6075