AMORES BRANCOS, TRAGÉDIAS NEGRAS: UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DO ESCRAVO BIRÓ E SUA SENHORA MARIANA

Elen Karla Sousa da Silva

Resumo


Iremos, neste artigo, abordar o tema do amor como uma constante no universo literário. Propomo-nos a identificar as marcas desse sentimento que impulsiona a história, na tentativa de compreender os significados do amor. Observamos que os sujeitos do século XIX, marcados pelas relações escravistas, patriarcais e de racismo, também se inscreviam numa busca constante de um par amoroso, atitude inerente às pessoas em todos os tempos, porém, com a face tecida pelo viés sócio-histórico que desencadeava as relações amorosas, econômicas e de servidão. Concluímos que, estando em sintonia com o seu tempo, a história trágica de amor, vivida na época da escravidão e do patriarcalismo colonial, entre uma senhora branca e um escravo negro, mostra-nos como as normas sociais se impõem diante dos amantes, e que viver uma paixão socialmente proibida é o ponto de partida para uma tragédia, na maior parte das vezes. Percebemos, sobretudo, em nossa leitura, que o amor continua a impulsionar o homem em sua vida simbólica e social, seja ele das letras, ou o homem comum, bem como continua a impulsionar a vasta produção literária, seja ela oral ou escrita, estando presente nos mais distantes lugares, cidades e comunidades rurais, formadas a partir de fazendas coloniais que guardam histórias que se revestem de uma atmosfera mítica.


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